Foto aperto de mão de empresário e vendedora

As 5 competências para ser um Veterinário Sucesso de Vendas

As 5 competências para ser um Veterinário Sucesso de Vendas

Ao longo de anos trabalhando na área comercial e fazendo a interface com o ambiente acadêmico das graduações e pós no Brasil consegui notar diferentes aspectos sobre como é feita a formação de novos profissionais.

 

Enquanto professores dedicamos muito tempo preocupados com nosso conteúdo, com cada aula e para cumprir dentro de um semestre tudo o que entendemos ser importante para que o aluno aprenda nossa matéria. Muito próximo do que Paulo Freire falava de uma educação bancária, onde um fala e o outro apenas escuta.

 

Cada um de nós, professores, ficamos tão distantes um do outro, sem reconhecer que estamos montando um quebra-cabeça e que, na maioria das vezes, não fará muito sentido para os alunos.

 

O estudante, por sua vez, tem uma imagem pré-concebida da profissão, o Super Homem ou a Mulher Maravilha que chegará salvando vidas de animais com casos difíceis e intangíveis para maior parte dos profissionais. Com o passar dos semestres a fragmentação dos conteúdos cria uma inevitável desilusão.

 

Ao ler essa introdução pode não haver coerência imediata com título, não é mesmo? Quis aqui construir a imagem do quão distante estamos muitas vezes da realidade profissional que aguarda a vida dos formandos.

 

Professores dedicados ao seu conteúdo, alunos procurando fazer provas e, muitas vezes, não conseguindo entender como cada matéria ajudará na sua formação e o mercado de trabalho gritando por características e habilidades não desenvolvidas durante a graduação ou a pós.

 

Desesperador, não é mesmo?

 

Agora vem a pitada final deste prato: trabalhar com vendas!

Se todo conteúdo não estava se encaixando imagina ao receber pelo Linkedin, email ou Whatsapp uma vaga para trabalhar como vendedor interno ou externo.

 

O objetivo desse texto é dar ferramentas para você se capacitar e desenvolver as habilidades essenciais e exigidas para ser um profissional de vendas de sucesso. Lembre-se que você constrói seu sucesso, mas do que o diploma que irá receber como já falamos em uma publicação anterior.

 

Em algum momento você deve ter lido sobre habilidades interpessoais ou “soft skills” que são qualidades ou características comportamentais que melhoram as relações humanas, permitindo desenvolvimento das potencialidades individuais com convivência amistosa, harmônica e ética.

 

Vou te apresentar as 5 principais características para ser profissional desejado pelo mercado e apto a ser aprovado em qualquer entrevista de emprego:

 

  1. Comunicação

Essa é sem dúvidas a habilidade mais importante para as relações humanas, afinal como seremos capazes de transmitir e receber ideias sem a comunicação.

Quem fala, quem escreve, quem desenha está se comunicando.

Mas o outro é capaz de compreender?

Para desenvolver essa habilidade devemos entender que o processo de comunicação envolve um emissor, aquele que está criando ou transmitindo uma mensagem, e o receptor ou os receptores, aquele que recebe a mensagem.

E entre o que um fala e o que o outro entende pode haver diferença, os ruídos.

 

A comunicação não se trata simplesmente de saber escrever ou falar, mas sim de ser compreendido. Você precisa unir vocabulário, experiências, estudos e técnicas para se comunicar.

 

Quando falamos em vocabulário não é sobre ser rebuscado ou falar difícil, mas conhecer diferentes palavras e seus sinônimos que irão permitir adequar a sua linguagem a cada receptor de sua mensagem.

 

Esse processo de construção da sua comunicação precisará sempre de feedback, de um retorno da pessoa que te escuta ou lê para você se ajustar ao seu público. Afinal as palavras usadas em um ambiente mais acadêmico, podem não se alinhar ao público leigo, mas ambos querem entender sua mensagem.

 

Vou deixar duas dicas para te ajudar a desenvolver a fala:

 

A primeira é grave você falando ao telefone com alguém ou treinando uma apresentação de trabalho. Após gravar, escute com atenção o seu tom de voz, a velocidade que fala e as palavras usadas. Tenha cuidado com expressões de linguagem e gírias. Cada vez que apresentar o mesmo tema, grave, corrija e melhore.

 

Segunda dica é peça feedback e escute atentamente o que pode ser melhorado. Lembre-se de solicitar esse retorno de quem você saiba que tem uma boa comunicação, que consiga se expressar e esteja aberto a receber a mensagem.

 

Poderíamos estender um pouco mais para a comunicação não verbal, expressões corporais, mas tornaria o texto extenso. Comece pela sua fala e depois aperfeiçoe seus gestos e sua postura!

 

  1. Proatividade

 

Todo dia em todo lugar se fala em proatividade, mas em boa parte das vezes sequer entendemos o que é essa habilidade.

Se fizer uma busca na internet irá encontrar diferentes definições, mas trarei aqui a minha.

A proatividade é a competência de se responsabilizar pelos seus atos e agir antes de ser exigido ou cobrado.

 

Ficou claro?

 

Ser proativo exige em um primeiro momento você ter consciência de quem você é e assumir o protagonismo em sua vida.

 

Não adianta reprovar em uma matéria ou ir mal em uma prova e culpabilizar o professor. É necessário refletir o que eu deixei de fazer para que isso acontecesse? Como eu posso modificar tal ato para que esse erro não ocorra novamente?

 

Quando se assumi o papel principal em sua vida, você antecipa necessidades, age e visualiza o futuro para encontrar soluções.

É fácil ser proativo? A resposta é não!

Parte disso vem de um processo sociocultural que iniciasse na nossa infância onde queremos crianças obedientes e acríticas, incapazes de desenvolver seus problemas ou constantemente subjugadas pelos adultos. Se não desenvolvemos autonomia na infância na fase adulta sempre culparemos os outros pelos problemas.

 

Mas é possível desenvolver essa habilidade? Claro que sim! A primeira etapa é você se conhecer e identificar seus pontos fortes e fracos. Sabe aquela matriz SWOT (FOFA)? Use-a em você! Conhecendo a si mesmo você é capaz de antecipar decisões, criar cenários e tomar atitudes.

 

Dica para você começar a desenvolver a proatividade: reflita em algo que aconteceu contigo e que você possa ter responsabilizado outra pessoa. Anote agora como você poderia ter feito diferente se dependesse apenas de você resolver aquilo.

 

  1. Trabalho em equipe

 

O momento pedido pelos alunos, muitas vezes não tão querido pelos professores que é o trabalho em grupo. Em grande parte das vezes a expectativa dos estudantes na realização de trabalhos é diminuir o esforço para conseguir nota e deixasse escapar uma oportunidade essencial no ambiente de trabalho que é relacionar-se em equipes!

 

Ao longo dos anos de nossas vidas cultivamos amizades e na faculdade elas são fortes pelo objetivo em comum existente. Entretanto, fazer trabalho com as mesmas pessoas, que você já conhece, entende qualidades e defeitos, não agregará a você a competência de trabalhar em equipe.

 

Mas como assim?

 

É isso mesmo. No momento em que for escolhido em processo seletivo seja em um estágio ou trabalho não haverá da sua parte a escolha de quem estará contigo nas atividades. Não terá como escolher o perfil de pessoas.

 

Trabalhar em equipe significa saber que cada um tem uma qualidade para agregar na atividade a ser executada. É organizar e distribuir as tarefas para que todos tenham o maior potencial explorado. Quer desenvolver sua capacidade? Na próxima vez que tiver um trabalho participe de um grupo em que nunca esteve. Converse e descubra pessoas com as quais você pouco se relacionou até hoje, então saberás como é trabalhar em equipe de verdade.

 

  1. Escuta ativa

 

Um clássico da literatura mundial “Como fazer amigos e influenciar pessoas” do autor estadunidense Dale Carnegie trata da importância de nos colocarmos a disposição da outra pessoa. Em uma passagem no capítulo 4, parte 2, Carnegie destaca a importância de sermos bons ouvintes e de incentivarmos as pessoas a falarem mais sobre elas.

 

A escuta ativa em tempos líquidos como os que vivemos é uma habilidade essencial. A efemeridade das mídias sociais onde todos querem gritar e ter atenção, mas ninguém está disposto a verdadeiramente se importar com o seu semelhante trará resultados excepcionais em sua vida.

 

Fazer a escuta ativa é direcionar sua atenção ao diálogo, ao que a pessoa está lhe contando, sem se preocupar em fazer comparações ou aconselhar o outro. É conectar-se como o sentimento expresso nos gestos e palavras do seu interlocutor.

Para experimentar essa habilidade e desenvolvê-la separe um tempo do dia para desconectar das telas e conversar com alguém. Escute com atenção, demonstre interesse pelo assunto. E durante a fala do outro não interrompa. Além disso, procure sempre chamar as pessoas pelo seu nome, afinal esse é o som preferido de cada ser humano, seu próprio nome.

 

  1. Adaptação

 

A adaptabilidade é uma habilidade pouco desenvolvida na maior parte dos cursos, na formação e mesmo no ambiente familiar. Assumimos, muitas vezes, o mito da Gabriela: Eu nasci assim, eu cresci assim, sempre fui assim.

 

Vivemos em um mundo VUCA, termo cunhado após o final da Guerra Fria, para demonstrar um cenário de constantes incertezas. A sigla tem origem na língua inglesa e significa Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade).

 

Neste cenário, como é possível viver como Gabriela?

Não é!

 

Estamos ainda vivendo o processo de regressão de uma epidemia, Pandemia do SARS-COV-2 (Covid-19), e os impactos que ela nos colocou reforçou ainda mais a necessidade de reagirmos e nos moldarmos aos novos cenários que vão surgindo. Empresas antes 100% offline estão deixando de ganhar mercado e do mesmo modo aquelas apenas online não conseguem se conectar com outros públicos.

 

Usando esses exemplos da pandemia, da mudança do comportamento de compras (on ou offline) quero demonstrar para você que tudo é mutável e pode ser aperfeiçoado.

 

Há pouco mais de 5 anos eu estava completamente dedicado ao mercado de grandes animais, mas vivenciei nesse período redução cada dia maior das margens, aumento da agressividade e atuação cada vez maior da venda direto da indústria. A partir disso veio a decisão de migrar para outro mercado, o setor pet.

 

Novos desafios, novas conquistas!

 

Adaptar ao novo mercado, suas formas de lidar, clientes com perfis diferentes do que vendíamos até então. Se não tivesse tido a capacidade de adaptação poderia perecer e não ter uma história para contar para vocês.

 

E como podemos desenvolver a adaptabilidade?

 

Experiente algo novo, fora do convencional para você. Desafie seu paladar, seu gosto musical ou crie um hábito como a leitura.

 

A experiência de sair da sua zona de conforto levará para a zona de crescimento.

 

Desejo que esse texto seja proveitoso para sua evolução profissional e peço que comente e compartilhe com outros que possam se valer dessas informações.

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Dr. Danilo Guedes

Médico Veterinário.
Mestre e Doutor em Ciências Veterinárias
Empresário na MasterPec
Educador na VetEnsina

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