Relatei minha experiência como aluno e representante discente no último post. Novas diretrizes curriculares vieram depois daquilo e eu já me encontrava nesta época como professor em um curso de Medicina Veterinária também em Uberlândia.

Bom explicado isto, vamos voltar a minha participação no NDE. Estavámos debatendo uma nova matriz curricular para o curso e alterações nas emendas das disciplinas, e nos vimos diante de uma situação complicada. A carga horária mínima para formação de um profissional em Medicina Veterinária ficou definida em 4000 horas o que levaria a redução de disciplinas, de carga horária, condensação de conteúdo.

E porque fazer isso? Porque a educação nem sempre está em primeiro lugar quando ela é apenas um produto na prateleira. Quem forma mais rápido, quem coloca mais gente no mercado capta mais pessoas, então faculdades privadas vão pelo mínimo regulamentar e caberá ao aluno ir atrás da formação continuada.

 

O resultado disso é que a formação dos profissionais ficará cada vez mais reduzida ao conteúdo técnico, ao o mínimo do conteúdo técnico. O desenvolvimento de habilidades comportamentais ficarão em segundo ou terceiro plano, ainda que essas sejam as mais exigidas no mercado de trabalho. E por fim, as habilidades gerenciais que são demandas para quem quer empreender, ter seu próprio negócio ou trabalhar com área comercial está reduzido a uma ou duas matérias com conteúdo desatualizado e pouco prático.

Sim, o cenário é desanimador. 

Contei aqui a minha experiência como professor de Medicina Veterinária, mas as áreas irmãs da Agronomia e Zootecnia passam pelo mesmo processo. Triste, né?

 

Comenta aí, o que fazer agora?